Em um país como o nosso, de anêmicos recursos para pesquisas e profundas carências sociais, produzir Ciência torna-se um ato de determinação e idealismo. Basta citar que nas aferições nacionais e internacionais, através de pesquisas como as do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB – e do Programa Internacional  de Avaliação de Estudantes – PISA – nossos estudantes demonstraram, em índices que chegaram a mais de 60% (sessenta por cento), que dominam operações matemáticas básicas e não conseguem interpretar e compreender textos simples, ou seja , além do analfabetismo nossa sociedade é marcada pelo analfabetismo funcional, colocando-nos atrás de países cujos indicadores econômicos nem palidamente se aproximam dos nossos.
Lembramos que os indicadores sociais brasileiros assemelham-se aos dos países africanos. No entanto, o Brasil não é um país pobre, o Brasil é um país de pobres. A Zâmbia, por exemplo, possui um produto interno bruto de apenas 3,8 bilhões de dólares, montante esse menor do que o faturamento da Souza Cruz no nosso país. Para comparar basta saber que nossa rede de supermercados faturou no ano passado 47 bilhões de dólares e o nosso sistema financeiro apresenta um dos maiores lucros do planeta. Esses dados revelam o Brasil como detentor de uma das maiores injustas distribuições de renda de todo o mundo. Portanto, produzir Ciência no nosso país é um desafio, mas também é uma necessidade.
Além da falta de apoio e das precárias condições para pesquisar e produzir conhecimento, cabe destacar também as dificuldades de socializar essa produção. São poucas as oportunidades de publicar o resultado de estudos e esforços individuais e coletivos, que muitas vezes demanda meses e até mesmo anos de dedicação e abnegação. Nesse sentido, a Revista Ciência e Cotidiano surge como um veículo democrático para s divulgação do conhecimento cientifico. Um espaço aberto para apresentar a sociedade um saber acadêmico e comprometimento  com  as necessidades cotidianas.
Mensalmente, dentro da perspectiva da complexidade e da multiprofissionalidade, os artigos, pesquisas e resenhas, publicidades nesse espaço poderão está esperando novos estudos e debates. Afinal, pensar é produzir uma chama  de humanização e incentivar o pensamento crítico é um dos significados  da ciências comprometida com o cotidiano.
Esse espaço é nosso, produza e divulgue. Se inspire no cotidiano e inspire o cotidiano, o desafio está lançado.
REVISTA CIÊNCIA E COTIDIANO - ANO 1 / N° 1 / SETEMBRO DE 2011
APRESENTAÇÃO